#10 - Audiocase | Agile para todas as gerações
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Audiocase

AGILE:

PARA TODAS AS GERAÇÕES!

Jéssica Piovan

12 de agosto de 2021

Image by Chandler Cruttenden

Ouça o audiocase

Agile: para todas as gerações!Jéssica Piovan
00:00 / 08:07

Quando comecei a roteirizar esse audiocase eu comecei a me dar conta que estou no mercado de trabalho há 10 anos. No início, sempre quando eu escutava alguém dizer o mesmo eu ficava admirada e pensando como seria quando fosse eu… ouvi dizer que nostalgia é algo cringe. E se você não sabe o que é cringe, assim como eu, talvez você também seja cringe. Cringe é uma gíria que está bombando na internet nos últimos dias. A palavra traduzida ao português seria como “algo vergonhoso”, e está sendo usada em discussões entre a geração “Z” e "millennials”, afim de distinguir cada uma.

 

Gen Z, Millennials, Baby Boomers… porque nós precisamos saber disso? Porque gerações de pessoas traduzem grandes marcos na nossa sociedade e sim, nós estamos chegando em 2022 e nesse ano fatídico você, que pode ser um millennial como eu ou um baby boomer de respeito vai receber uma série de Gerações Z no seu time e vai se sentir assim… cringe como eu.

 

Nós somos marcados por 4 gerações que possuem diferenças gigantes entre si. Está no jeito de se expressar, pensar, velocidade de aprendizado, intensidade de energia que coloca em suas tarefas e até mesmo uma diferença gritante na forma que entendem o significado e símbolo do trabalho em suas vidas. Os baby boomers possuem sede por cargos estratégicos e segurança em suas decisões. Os millennials possuem uma necessidade de inovar e criar e que possam realizar mudanças… já a geração Z? Sentem a necessidade de estarem conectados o tempo inteiro no mundo digital e são mais individualistas… eles não curtem tomar um cafézinho com o colega de trabalho… acredita que eles acham café cringe?

 

Os membros da Geração X cresceram em uma era de instabilidade causada por demissões em massa e divórcio galopante - eles valorizam clareza, ordem e certeza. Ao mesmo tempo, os membros da Geração X costumam se distrair e realizar várias tarefas ao mesmo tempo.

 

A Geração Y compreende a maior parte da força de trabalho. Esses trabalhadores exigem escolha sobre a localização de seu trabalho e uma variedade de opções de espaços para usar.

 

Entre a Geração Z, os mais velhos ainda estão no ensino médio e estão sendo educados para valorizar muito a estabilidade, a ordem e a previsibilidade em suas vidas. Eles estão “quase congenitamente distraídos” como seus pais da Geração X. Eles terão dificuldade em administrar as relações interpessoais de trabalho quando adultos. 

 

Trabalhando com metodologias ágeis, pude observar como as gerações abraçam (ou não) o processo de transformação. As reações podem variar desde empolgação até mesmo a ceticismo e apreensão. Ultimamente, tenho me perguntado e discutido com outras pessoas, se ágil, como forma de trabalho, se encaixa melhor com qualquer uma das diferentes gerações.

 

Pode-se dizer que os “millennials” são ágeis por natureza. E o agile incentiva uma flexibilidade e uma liberdade que se conecta com a forma de pensar dessa geração, já que são movidos por um senso de propósito individual e irão para um novo cargo com rapidez e facilidade à procura de uma organização que se alinhe a eles. Eles estão ansiosos para aprender, explorar e respirar um pouco de aventura na rotina das 9 às 5, deixando um legado para trás.

 

Já os “baby boomers”, por outro lado, viram e fizeram de tudo e resistiram a muitas tempestades por meio de uma lealdade inabalável à sua organização. Eles podem ouvir a palavra “ágil” ou “transformação” e sentir medo de que sua forma metódica e orientada por processos de trabalho venha a ser examinada, porém, ao experimentar os ganhos e ceder a experimentação que os leva ao resultado, começam a se engajar e advogar pelos quatro cantos.


 

A famigerada geração X compartilham bastante com a mentalidade da geração do millenial e são orientados a um senso de liberade e autonomia muito forte, mas ainda somos tão independentes e competitivos quanto os baby boomers.


 

Você consegue observar em uma reunião como as formas de trabalhar dessas gerações são diferentes? Uma reunião pode ficar complicada com os baby boomers trazendo seus pontos e esperando anotações de todos, enquanto a Geração X deseja aplicar as mudanças no aqui e no agora, enquanto a geração Y já pulou para o próximo tópico e a Z prefere estar conectada ao invés de presencialmente, o que dificulta ainda mais o processo com o caos.

 

No entanto, o que também tenho de observar é como o Agile ajudou a criar uma linguagem comum e um terreno comum onde esses diferentes estilos podem coexistir em harmonia. Através do processo de introdução de algumas ferramentas ágeis como transparência no fluxo de trabalho, sessões de priorização, stand-up meetings ou retrospectivas, pude observar  como a necessidade dos baby boomers de que as coisas sejam ordenadas com uma visibilidade clara sobre a propriedade pode ser atendida; mas também como o desejo da geração do millenial por um propósito, impacto de curto prazo e flexibilidade pode ser satisfeito. 

 

Eu testemunhei preconceitos serem removidos e rótulos desaparecerem, tudo graças à comunicação aberta, a confiança e o respeito que se desenvolve quando as mentalidades e ferramentas ágeis são apresentadas a uma equipe.

 

As formas ágeis de trabalhar não são uma tendência. Sua abordagem humanística tem sido o ingrediente secreto para ajudar as equipes a se engajarem e se inspirarem no trabalho que realizam. Idade ou diferenças geracionais não são mais um fator. O sucesso em equipes não depende da idade, pois as pessoas se reúnem para compartilhar suas experiências, aprender umas com as outras, fazer perguntas e trabalhar em prol de seus objetivos comuns.

 

Eu costumava pensar que a lacuna geracional era o principal desafio para transformações ágeis bem-sucedidas, tendo visto igualmente os baby boomers adotarem o agile e os millennials resistirem a ela. Isso me levou a acreditar que a idade tem pouco a ver com isso e, na verdade, agora sinto o contrário.

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