#13 - Audiocase | Plásticas Corporativas
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Audiocase

PLÁSTICAS

CORPORATIVAS

Bruno Leão

30 de novembro de 2021

Image by Carson Arias

Ouça o audiocase

Plástica CorporativaBruno Leão
00:00 / 06:34



“Os tempos são líquidos porque assim como a água, tudo muda muito rapidamente. Na sociedade contemporânea, nada é feito para durar."
 


Olá pessoal, meu nome é Bruno Leão, e sou Business Designer da Ensaio. Gostaria de fazer desse Audiocase, um grande momento de reflexão.
 


Antes de falar de plástica, ou Linkedin, que é o título que os trouxeram até esse audiocase. Quero trazer a gente para um conceito de Zygmund Bauman, sobre Modernidade Líquida.
 


Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou ainda mais evidente na década de 1960. O que vinha antes disso, era uma sociedade que vivia em uma modernidade sólida, onde as relações humanas, sociais e as lógicas da ciência e do pensamento eram quase que imutáveis.

 

Com a o consumismo em massa, a lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, e isso fez com que as pessoas passassem a ser analisadas pelo que compram e não pelo que são. A dinâmica social mudou completamente, ganhou uma nova velocidade, e a a modernidade líquida entrou em jogo.

Para complementar a reflexão, eu trago o tão comentado documentário da Netflix, O Dilema das Redes, que parece ter nos apresentado uma nova realidade que poderia se tornar a sequência perfeita de um filme.

 

Para quem não assistiu ainda o documentário, no qual eu recomendo e muito, seu resumo nos mostra como os gigantes da tecnologia possuem o controle sobre a maneira como pensamos, agimos e vivemos. Alguns executivos importantes e que trabalharam em grandes empresas do Vale do Silício revelaram como as ferramentas de mídias sociais estão manipulando a sociedade em relação à sua forma de enxergar a vida.

 

Bom, se antes éramos analisados pelo que compramos, agora somos reprogramados para nos tornarmos o produto principal da economia de uma sociedade baseada em interesses políticos e financeiros.

 

Mas o que isso tem haver com Plástica e o Linkedin?

 

Em que momento desse emaranhado, levando em conta a Modernidade Líquida e O Dilema das Redes, que as pessoas passaram a buscar mais o artificial com tantos procedimentos estéticos e até cirúrgicos do que aceitar o curso natural do corpo humano? Quem exatamente as convenceu que esse caminho era o mais saudável?

 

Em que momento nós entendemos que era melhor fazer um pequeno curso a distância da Harvard Business School ou, até mesmo fingirmos que fizemos em nossos Linkedins para nos tornarmos melhores profissionais?

 

O que nos torna melhores pessoas e melhores profissionais afinal?
 


Tenho percebido um total abandono em relação à responsabilidade que cada profissão carrega. Um designer tem, em primeiro lugar, que solucionar problemas complexos em prol de melhorar a sociedade EM TODOS os seus aspectos, mesmo os menores, de menos impacto, mas sempre considerando todos os riscos e os mitigando ao máximo. Tal como um médico tem que fazer um procedimento estético cirúrgico para qualquer pessoa com a responsabilidade de alertar e tratar à todas e quaisquer questões psicológicas que as motiva.

 

Perdemos nossa liberdade pois nos tornamos um produto das redes. Não escolhemos mais nossas profissões. Não escolhemos mais a maneira como queremos viver. Não escolhemos aquilo que gostaríamos de estudar e conhecer. Não escolhemos de que maneira gostaríamos de evoluir. Estamos sendo diariamente iterados como produtos para alimentar uma indústria que não pensa em nós. E isso está impactando diretamente a responsabilidade que cada uma dessas “escolhas" carrega na mala.

 

Fazer um procedimento estético ou embelezar seu LinkedIn pode ser um sintoma que você não está equilibrando direito o seu eixo entre Liberdade X Segurança. Um sintoma que estamos com medo. Que estamos todos sozinhos, e, por mais contraditório que seja, de maneira coletiva. Que estamos sendo manipulados a pressionar e sentir pressão para tomar decisões compulsivas e busca por aprovação social.

 


"A internet e o Facebook nos tranquilizam e nos dão a sensação de proteção e abrigo, afastando o medo inconsciente de sermos abandonados. Na verdade, muitas vezes você está cercado de pessoas tão solitárias quanto você.” Disse Zygmund Bauman.
 


Não me confundam com um pessimista. Isso sequer é um alerta, mas com certeza é a minha responsabilidade como Designer de trazer uma reflexão que possa nos levar a uma sociedade mais mentalmente saudável e capaz de tomas suas próprias decisões com consciência.

 

Nunca é tarde para deletar tudo e começar do zero. Chegamos muito longe e podemos muito mais, tanto em relação ao avanço da medicina quanto ao "boom tecnológico" que nos permite uma vida muito mais saudável, dinâmica e interessante. Mas é preciso ter controle da sua vida, de suas escolhas, da sua conexão com o mundo e com as pessoas.
 


Busque, de maneira consciente e responsável, as melhores fontes de inspiração e referência, as melhores e novas capacidades para te tornar um profissional melhor. Tudo que recebemos quando estudamos, nos capacitamos, e, nos tornamos, nós temos a obrigação moral de devolver  para a sociedade, e, de maneira geral, transformar o mundo em algo melhor.

 

Vivencie, de fato, tudo aquilo que você escreve no seu Linkedin.

 

"A vida é muito maior que a soma de seus momentos.” Zygmund Bauman

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